Os nuncas que nunca foram nuncas


As coisas estão sempre nos surpreendendo de todas as formas e a todo momento. Algumas são até meio previsíveis, outras totalmente inesperadas. Mas muito mais surpreendente pra mim, do que o mundo, sou eu. Vivo para me desmentir e quebrar tabus que eu mesma me imponho. Quer ver a ironia que tudo isso é? Os meus nuncas nunca foram nuncas de verdade. 

Sempre que digo nunca, ele vira sempre. Mordo minha língua com força, de um jeito que chega a sangrar,   metaforicamente falando, é claro.  "Nunca vou fazer isso" até que faço a primeira vez e logo se torna um hábito. "Nunca vou comer isso" até que como e vira um dos meus pratos preferidos. "Nunca vou gostar de alguém assim" e é só o curto espaço de tempo necessário que preciso para me apaixonar e tornar a pessoa, uma das mais importantes pra mim. 

"Nunca". Dizer nunca pra algo, é quase como profetizar. Pra mim é raro o nunca que não se transforma em sempre, mas é impossível um sempre se transformar em nunca. 

A verdade é que nada disso importa, o que de fato é relevante são as transformações que acontecem quando ocorre isso. Pode parecer clichê a frase "nunca diga nunca", mas não há algo que eu tenha aprendido mais ultimamente do que levar ela a sério.

Todos os dias quando me levanto sou alguém totalmente novo pra mim, alguém que descobre coisas novas que gosta e que não sabia que gostava, tinha até achado que odiava. Mas assim como descubro novos gostos, aprendo a cada dia mais definir bem o que quero e o que não quero pra mim. Assim como me surpreendo passando a amar coisas que não esperava, me desiludo e desapego de coisas que achava que tinham importância, mas que agora, percebo que eram ilusões.

E que continue assim. Sendo uma surpresa constante pra mim mesma. Afinal, a novidade sempre é mais interessante que a rotina.

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